A Origem da Páscoa: entre tradições, fé e renovação

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A palavra Páscoa tem origem no hebraico Pessach, que significa “passagem”. Na tradição judaica, remete à libertação do povo de Israel da escravidão no Egito, conforme relatado no livro do Êxodo. A data relembra a travessia do Mar Vermelho, quando os hebreus, guiados por Moisés, passaram da escravidão para a liberdade, em um momento simbólico de fé, coragem e renovação. 

Com o advento do cristianismo, a Páscoa ganhou um novo significado: tornou-se a celebração da ressurreição de Jesus Cristo, ocorrida, segundo a tradição cristã, no terceiro dia após sua crucificação. Assim, o que antes era a comemoração de uma libertação física passou também a representar uma passagem espiritual — da morte para a vida, do pecado para a salvação. 

Essa transição é marcada liturgicamente pelo Tríduo Pascal, que compreende os três dias mais importantes da Semana Santa: 

Antes disso, a preparação para a Páscoa começa com a Quaresma, um período de 40 dias de reflexão, jejum e penitência, inspirado nos 40 dias que Jesus passou no deserto. A Quarta-feira de Cinzas marca o início da Quaresma, logo após o Carnaval. 

O próprio Carnaval tem relação com esse ciclo: em sua origem, era um momento de aproveitar os alimentos — especialmente as carnes — antes do tempo de abstinência e penitência da Quaresma. A palavra "Carnaval" deriva do latim “carne vale”, que significa “adeus à carne”. Por isso, era comum que, nesse período, as pessoas consumissem todos os alimentos mais perecíveis e se preparassem espiritualmente para a jornada de introspecção que viria a seguir. 

A Páscoa, portanto, carrega em si múltiplos sentidos: históricos, religiosos e culturais. Seja como celebração da liberdade, da fé ou da renovação da vida, é sempre um convite à reflexão sobre os ciclos da existência e sobre o que realmente tem valor em nossa caminhada.

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