O Ministério Público de Contas do Estado de Goiás (MPC-TCE-GO) elaborou um estudo que aponta indícios de irregularidades em contratos do governo com empresas suspeitas de envolvimento no esquema de corrupção na Petrobras, revelado pela Operação Lava Jato.
O documento foi enviado ao Tribunal de Contas do Estado (TCE-GO) para análise.
Segundo os procuradores, só a Agência Goiana de Transportes e Obras (Agetop) pagou, nos últimos cinco anos, R$ 153.286.734,26 por serviços de empresas investigadas.
O MP identificou também que um contrato de 1993 com a construtora Andrade Gutierrez, por exemplo, só foi pago em 2010.
A construtora Andrade Gutierrez afirma que, no caso das obras contratadas em 1993 e pagas em 2010, foram respeitados os prazos e níveis de qualidade.
A empresa afirma ainda que não tem ou teve qualquer relação com os fatos investigados pela Operação Lava Jato.
Outra licitação questionada é a do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) no Eixo Anhanguera, em Goiânia, em que o consórcio vencedor, liderado pela Odebrecht, foi o único participante.
No documento encaminhado ao Tribunal de Contas, os procuradores recomendam que o contrato não seja assinado já que a empresa é investigada na Operação Lava Jato.
“A gente entende que, por precaução, para que o estado não tenha nenhum tipo de prejuízo caso essa empresa venha a ter seus bens restritos pela Justiça Federal, que o estado repense essa contratação antes que qualquer tipo de dano ocorra”, afirma a procuradora Maísa de Castro Sousa Barbosa.
Segundo o secretário executivo do grupo de implantação do VLT, Ricardo Jaime, o contrato foi assinado antes da recomendação e as questões levantadas pelo Ministério Público foram respondidas.
A concessionária Mobilidade Anhanguera, empresa que tem entre os acionistas a Odebrecth, diz que o contrato para construção e operação do VLT seguiu todas as regras do processo.
Além disso, argumenta que a participação na elaboração de projetos é prevista em lei.
FONTE: G1