Encerramento do 16º Congresso Nacional do Ministério Público de Contas (CNMPC)

Na manhã de hoje, 5, o XVI Congresso Nacional do Ministério Público de Contas, realizado em Belo Horizonte, chegou ao fim, após três dias intensos de debates, diálogos, reflexões e trocas de experiências que reforçaram o compromisso das instituições com a inovação, a transparência e a eficiência no controle externo. O evento reuniu representantes dos Ministérios Públicos de Contas de todo o país, integrantes do Tribunal de Contas do Estado de Minas Gerais (TCE-MG) e autoridades de destaque do cenário nacional.

Marcílio Barenco durante fala. Foto: Alexandre Rezende

A mesa de encerramento do evento foi composta pelo Presidente da Ampcon e Procurador-Geral do Ministério Público de Contas do Estado de Minas Gerais, Marcílio Barencopelo Presidente do TCE-MG, Durval Ângelo; pelo Ministro do Supremo Tribunal Federal Flávio Dino; pela Presidente do CNPGC e Procuradora-Geral do MPTCU, Cristina Machado; e pelo Presidente do Tribunal de Justiça de Minas Gerais, Luiz Carlos Corrêa Junior.

Flávio Dino durante palestra. Foto: Alexandre Rezende

Palestra de encerramento: Flávio Dino

O encerramento contou com a palestra do Ministro Flávio Dino, que trouxe uma reflexão profunda sobre democracia, tecnologia e ética pública. Dino iniciou destacando a importância da responsabilidade estatal e do controle na preservação do Estado Democrático de Direito:

“Considero que homens e mulheres comprometidos com a legalidade são mensagens vivas daquilo que precisamos fazer para preservar o construto institucional e constitucional que é o Estado Democrático de Direito.”

Outro ponto central da palestra foi o impacto da tecnologia e do tecnodeterminismo sobre a Administração Pública:

“O tecnodeterminismo é a morte do humanismo tradicional. A noção de consciência e responsabilidade tende a ser substituída por um determinismo algorítmico, onde quem cometeu o crime? Ninguém. Foi a máquina.”

Dino enfatizou que, apesar de os avanços tecnológicos serem inevitáveis, cabe às instituições estabelecer fronteiras claras entre uso e abuso, assegurando a proteção dos direitos e princípios constitucionais. O Ministro ainda trouxe exemplos práticos da atuação do Supremo Tribunal Federal e do Ministério Público em casos de responsabilidade de plataformas digitais e acesso a dados de celulares apreendidos:

“Se é uma falha sistêmica, com milhares de postagens, a plataforma tem responsabilidade jurídica. Estimulamos a autorregulação regulada. Mas em eventos isolados, a responsabilidade é zero ou perto de zero.”

Ele encerrou sua palestra com reflexões éticas inspiradas em paradigmas greco-romanos e cristãos:

“Nada em excesso. Nem tudo que é lícito me convém. Assim é que devemos tratar a tecnologia: há legalidade, mas pode estar errada, e só o espaço institucional do Estado pode arbitrar isso.”

Durval Ângelo no dispositivo de honra. Foto: Alexandre Rezende

Luiz Carlos Corrêa Junior no dispositivo de honra. Foto: JK Freitas.

Maria Cecília Borges, Cristina Andrade Melo, Sara Meinberg, Elke Moura, Cristiana Fortini e Daniel Guimarães. Foto: Alexandre Rezende

Da direita para a esquerda: Adonias Monteiro, Licurgo Mourão e Alexandre Freire Pimentel. Foto: Alexandre Rezende

Luiz Carlos Corrêa Junior, Marcílio Barenco, Flávio Dino, Cristina Machado e Durval Ângelo. Foto: Alexandre Rezende

Considerações finais: Cristina Machado

Cristina Machado durante seu discurso. Foto: Alexandre Rezende

A Presidente do CNPGC e Procuradora-Geral do MPTCU, Cristina Machado, destacou a importância da união e do fortalecimento das instituições públicas:

“Ao chegarmos ao fim do Congresso comemorativo dos 40 anos da Ampcon, é impossível não refletirmos sobre a relevância de nosso papel no fortalecimento das instituições públicas e nos avanços da democracia brasileira.”

Cristina enfatizou ainda o trabalho conjunto entre a Ampcon e o CNPGC como fator estratégico para consolidar o Ministério Público de Contas como instituição essencial ao controle externo, capaz de defender o patrimônio público e promover boa governança.

“Hoje, os Ministérios Públicos de Contas são compreendidos em sua plenitude como instituições essenciais ao controle externo, exercendo uma função indispensável na defesa do patrimônio público e na promoção da boa governança.”

 O público. Foto: Alexandre Rezende

Marcílio Barenco encerra o XVI Congresso Nacional do Ministério Público de Contas. Foto: Alexandre Rezende

Discursos de encerramento e agradecimentos

O Presidente do Tribunal de Contas do Estado de Minas Gerais, Durval Ângelo, ressaltou o protagonismo do TCE-MG na coordenação de ações integradas com o Ministério Público de Contas:

“Estamos juntos buscando o mesmo objetivo: a defesa da sociedade. Essa ação coordenada tem gerado resultados concretos, com decisões corretas em 100% dos conflitos submetidos à análise do Tribunal.”

Por sua vez, o Presidente da Ampcon, Marcílio Barenco, sobre o encontro e a força coletiva que tornou possível a realização do Congresso:

“Primeiro, agradecer a Deus por nos oportunizar este reencontro. Agradeço ao Presidente do TCE-MG, Durval Ângelo, pelos esforços para que este evento acontecesse, aos colegas de todo o Brasil, aos Procuradores, Conselheiros, Conselheiros Substitutos, e a todos que emprestaram sua inteligência e dedicação para que o Congresso fosse realizado com sucesso.”

Barenco também destacou a presença de autoridades das mais diversas esferas, representando os três poderes, bem como a dedicação e o empenho de todos os atores envolvidos na organização e realização do evento. Agradeceu, por fim, a todos osparticipantes que se deslocaram dos mais diversos Estados para prestigiar o solene Congresso de comemoração das quatro décadas da Ampcon.

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