O Ministério Público de Contas (MPC) que atua no TCU pediu a suspensão imediata de empréstimos que o BNDES tenha se comprometido a fazer para a Sete Brasil, empresa criada para construir as sondas da Petrobrás, mergulhada numa crise financeira.
Na representação do Ministério Público de Contas, à qual o Estado teve acesso, o procurador Júlio Macedo de Oliveira pede que qualquer tipo de operação de crédito prevista pelo banco público seja paralisada por medida cautelar, até que as negociações passem por um filtro técnico do tribunal e sejam comprovados os atendimentos a todas as regras impostas pelo BNDES.
Paralelamente, o Ministério Público de Contas requer que todas as operações de crédito anteriores entre o banco e a Sete Brasil sejam alvo de auditorias.
O pedido do MP baseia-se nas incertezas sobre o plano de negócios da empresa e nas acusações de corrupção que, cada vez mais, passam a envolver a atuação da Sete Brasil.
Além disso, o MP teme que a ingerência política do Palácio do Planalto possa influenciar nas decisões de empréstimo do BNDES para a empresa, evitando que a Sete Brasil se afunde de vez num colapso financeiro.
"Tendo em vista todas as notícias relacionadas à debilidade econômico-financeira da Sete Brasil, decorrente da fragilidade de seu plano de negócio, fortemente impactado pela redução da capacidade de endividamento da Petrobrás, mudança cambial e novo valor do barril do petróleo, sem falar em supostas implicações (ainda passíveis de serem esclarecidas) na Operação Lava Jato, afigura-se extremamente temerária a continuidade das operações de crédito previstas", diz o procurador.
FONTE: jornal "O Estado de São Paulo