No ENAMPCON – Encontro Nacional do Ministério Público de Contas – foram formados grupos de trabalho, de diferentes áreas, capazes de impactar positivamente o aperfeiçoamento das atividades dos Ministérios Públicos de Contas (MPCs).
Um deles foi o Grupo de Trabalho “Comunicação”, abordando aspectos internos e externos destas atividades e as influências sobre as rotinas e objetivos estratégicos.
O Grupo é coordenado por Silaine Karine Vendramin, Procuradora do Ministério Público de Contas do Estado do Pará (MPC-PA).
Nesta entrevista exclusiva ao site da AMPCON, ela apresenta sua visão sobre as atividades e expectativas deste Grupo de Trabalho.
Redação Site Ampcon: Qual sua visão sobre a relevância do Grupo de “Comunicação”?
Silaine Vendramin: O grupo de comunicação é muito importante para fortalecer a imagem do órgão junto à sociedade e unificar campanhas e práticas de comunicação.
Redação Site Ampcon: Quais ferramentas podem contribuir para potencializar a comunicação dos MPCs?
Silaine Vendramin: Nosso intuito é utilizar as ferramentas disponíveis gratuitamente, como as mídias sociais, que não requerem muitos recursos, e simples de serem implementadas pelos MPCs. Até porque a sociedade e as mídias sociais são dinâmicas e precisamos acompanhar este ritmo e tendências.
Redação Site Ampcon: Na área da comunicação, existe uniformidade na atuação de cada MPC?
Silaine Vendramin: Cada MPC tem a sua especificidade organizacional, alguns já tinham setores de comunicação organizado e consolidado, outros não. Então foi feito uma rede de cooperação para apoio mútuo, realização de campanhas coordenadas e incentivo para que cada MPC tivesse ao menos um servidor voltado para a área da comunicação. Lançamos no primeiro semestre do ano passado a Política Nacional de Comunicação do MPC com diretrizes gerais para os MPCs seguirem.
No geral, o público alvo da nossa comunicação acaba sendo o mesmo para todos os MPCs. Temos 2 públicos externos bem definidos: o jurisdicionado e a sociedade, além do público interno.
Houveram também vários relatos de melhorias nos setores de comunicação após o lançamento da Política. É um trabalho de formiguinha e constante engajamento que já gerou frutos em 2021 e espera-se que se aprimore e continue gerando ainda mais frutos em 2022!
Redação Site Ampcon: Quais dificuldades o grupo de comunicação enfrentou?
Silaine Vendramin: Existem dificuldades financeiras e técnicas para conseguirmos melhorar nossa comunicação com a sociedade. Técnicas, pois ainda estamos implementando os setores de comunicação nos MPCs e, contamos com poucos técnicos e jornalistas para realizar as campanhas, e financeiras também tendo em vista que para realizar o acompanhamento e o impulsionamento de campanhas muitas vezes se requer recursos e como a maioria dos MPCs não possuem autonomia financeira e orçamentária nem sempre isso é possível. Acabamos que temos que trabalhar com recursos limitados e multiplicá-los pela colaboração entre todos os MPCs para tentarmos atingir um público cada vez maior, fazendo com que a sociedade nos reconheça.
Redação Site Ampcon: É necessário estimular a sociedade, por meio da comunicação, sobre a atuação da instituição como um todo?
Silaine Vendramin: Temos que chamar a atenção da sociedade justamente mostrando a importância do nosso trabalho e o quanto ele pode ser útil para a melhoria da gestão e utilização adequada e correta das verbas públicas, gerando, assim, serviços públicos melhores, como por exemplo, hospitais funcionando de forma adequada e bem equipados, escolas e transporte escolar adequado, dentre outras áreas. O estímulo ao controle social também é de suma importância e pode auxiliar a nossa atuação.
Redação Site Ampcon: Qual a importância da participação da sociedade junto ao MPC?
O controle social é fundamental. Eu diria que é o mais importante. É o que leva às verdadeiras mudanças nas estruturas políticas e sociais. Por isso, é importante engajarmos a sociedade para lutar por seus direitos, seja por uma boa gestão dos recursos públicos, como por serviços de qualidade. A comunicação também tem este papel de empoderar a sociedade. Nós, os procuradores de contas, não conseguimos estar em todos os lugares, mas a sociedade está. Em cada esquina, hospital, escola, onde houver desperdício de verbas públicas, o cidadão pode e deve procurar os MPCs e lutar por seus direitos.